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Foto do escritorChristiane Costa - Radha

A vagina e autonomia

Vou começar trazendo um dos conceitos de autonomia. Uma das definições encontradas é que autonomia é a capacidade de um indivíduo racional de tomar uma decisão, não forçada, baseada nas informações disponíveis.


E o que isso tem haver com a vagina? Na minha opinião, tudo!


Na história do desenvolvimento da sexualidade humana podemos ver como as relações entre homens e mulheres sofreram grandes transformações; fruto da sujeição física e mental da mulher e da divisão sexual do trabalho.


Essas transformações reduziram a importância e autonomia da mulher dentro das relações sociais, dando poder a entidades, como a igreja, e ao homem, a ter o controle sobre o corpo feminino.


Assim como uma tática de guerra, subjugar e controlar o corpo foi, e ainda é, uma maneira eficiente de minar a autoconfiança da mulher. Corpos e mentes fragilizados são fáceis de serem dominados. Para uma mulher que está vulnerável, cansada e fragilizada, superar as adversidades da vida é uma tarefa muito mais difícil, principalmente sem uma base de sustentação.


Mas, voltando a vagina, vamos pensar em quantas mulheres conhecemos, ou histórias que ouvimos, que mostram o quão profundo pode ser o estrago causado por um abuso físico ou emocional.


Há mulheres que rejeitam o corpo, mulheres que não se permitem ter prazer sexual, algumas que repetem padrões autodestrutivos, dificuldade de relacionar-se, dificuldade em obter independência financeira, introspecção, somatização em forma de doenças físicas e tantas outras complicações.


Sim, devemos falar da vagina. Falar da relação que existe entre o genital e a consciência da mulher.


Quando a mulher se conecta com o seu poder pessoal, ela assume a responsabilidade por sua vida. Isso a permite tomar as próprias decisões e viver de acordo com os seus desejos. Não significa ficar livre da pressão e opressão imposta pelo patriarcado. Pelo contrário, quanto mais consciência adquirimos, mais são os desafios que chegam.


Hoje ser uma mulher que aceita o corpo, que conhece o seu genital e o seu potencial orgástico pode ser considerado um ato de rebeldia. E digo isso sem exagero!


O tempo todo somos bombardeadas com informações, notícias e imagens onde mudam-se as legendas, mas no fundo continuamos recebendo as velhas mensagens. Só o conhecimento proporciona o senso crítico, que nos permite filtrar as informações.


A máxima é válida: “orai e vigiai”.


E para quem tem medo do feminismo e da autonomia feminina (falo agora para as próprias mulheres que são contra os movimentos), não se preocupe. Ser uma mulher autônoma não significa abandonar as características femininas, mas sim perceber e trazer a tona todas as facetas da sua ciclicidade.


Promover o diálogo positivo sobres nossos corpos e facilitar o acesso às informações necessárias, é iluminar um caminho escuro. Repetindo as palavras iniciais do texto: “autonomia é a capacidade de um indivíduo racional de tomar uma decisão, não forçada, baseada nas informações disponíveis.”



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