Você já se perguntou sobre a relação entre prazer sexual e satisfação emocional? Será que sexo e prazer estão (ou precisam estar) necessariamente ligados ao amor?
Em tempos de "amores líquidos", homens e mulheres muitas vezes se utilizam do sexo para uma satisfação egoica, mantendo o envolvimento emocional à distância. Nessa dinâmica, o foco tende a ser na reafirmação de papéis que valorizam a sedução e o prazer pessoal, deixando de lado conexões mais profundas.
Embora as experiências sexuais possam (e devam) ser prazerosas, meu convite é para uma reflexão que vá além do orgasmo.
O orgasmo é uma experiência gratificante, cuja medida da recompensa é subjetiva e dada por quem o vivencia. Às vezes, ele pode proporcionar sensações intensas e revigorantes; em outras, pode ser efêmero.
Sem querer ser taxativa, para alguns homens, o sexo pode representar uma reafirmação da masculinidade e do ego, que muitas vezes busca sua própria satisfação. Talvez, você que esteja lendo este texto, e se relaciona com homens, já tenha escutado a seguinte frase: “meu prazer, é ver você tendo prazer”. Percebeu o lance do ego?
Para muitas mulheres, no entanto, a sensação de segurança e proximidade proporcionada pela intimidade sexual pode ser mais significativa do que o ato sexual em si. Isso não significa que não estejamos conectadas com o prazer que a atividade sexual pode proporcionar, mas o foco não está apenas no ato físico.
Quando o prazer se concentra apenas nos genitais, o nível de excitação pode ser reduzido. Porém, ao integrar o envolvimento emocional, a experiência sexual torna-se mais profunda e gratificante. É importante não confundir a capacidade ejaculatória/orgasmo com satisfação emocional.
A satisfação plena (que envolve corpo, mente e espírito) surge quando todo o corpo se envolve na experiência, e pensamentos e sentimentos estão em harmonia. O orgasmo é mais do que uma descarga; o ápice do prazer pode ser uma experiência de derretimento do ego e união com o outro e com o cosmos.
Como sabiamente disse Alexander Lowen, criador da Análise Bioenergética: "Na rendição sexual, o coração está pleno de amor e se rende à totalidade da vida."
Somos seres afetivos por natureza, mas o medo da entrega e da perda muitas vezes nos afasta de viver uma conexão sexual mais profunda e plena. Quando nos protegemos do outro, perdemos a chance de experimentar o amor em sua forma mais expansiva.
Para finalizar, deixo uma pergunta: o que nos impede de nos entregar ao sexo como uma experiência de conexão profunda com o outro e com nós mesmos?
Até a próxima.
Excelente texto!
Levei vários tapas na cara?
Sim, é todos foram merecidos, mas por outro lado tbm vejo a importância de separar amor E sexo, eu vejo o toque o sexo como uma linguagem de amor então pra mim se não houver sexo a relação meio q morre e vira amaizade. Ainda preciso me libertar disso, ou não. Sei lá, vou apenas refletir sobre o assunto e amadurecer o tema…
Rsrsrs